Sejam bem vindos a mais um JobCast.
No JobCast de número 13, falei um pouco sobre a polêmica peça que fez com que a agência AlmapBBDO perdesse dois Leões de Bronze no Festival de Cannes 2016 e suspendesse toda a comunicação da Bayer, para a Aspirina.
Para quem não sabe, a AlmpaBBDO foi eleita – pela quarta vez – a agência do ano no Festival de Cannes 2016 e levou, para enfeitar as prateleiras da agência, mais 21 estatuetas do famoso e idolatrado Leão de Cannes.
Agora, vamos falar do que interessa: a polêmica pela criada para a Aspirina, e o que eu acho sobre todo este ruído e sobre a estratégia “oculta” por trás de todo o barulho que o contexto criativo da comunicação está proporcionando para a Bayer e a campanha da Aspirina.
Abaixo, a peça em questão, que gerou revolta na comunidade online, foi acusada de sexismo e causou “repúdio”, inclusive, na própria empresa anunciante. Sim. Foi exatamente isso que você leu: o próprio cliente repudiou a peça. Mas como assim, ele não aprovou? Em termos…
Explico com mais detalhes no vídeo, mas, em resumo, a AlmapBBDO criou a campanha especialmente para Cannes. Especialmente para ganhar prêmios. Ou seja, segundo informações da própria empresa anunciante, a agência apresentou, em reunião, todo o conceito da comunicação e pagou pela veiculação das peças. A boa e velha mania das agências de propaganda do Brasil correrem atrás de prêmios a qualquer custo, se fez valer a ferro e fogo neste caso.
Ai você me pergunta: se o cliente aprovou, como ele poderia dizer que a comunicação causou repúdio? E, é ai que eu identifico o meu ponto de vista sobre a estratégia de comunicação muito bem amarrada por ambas as partes.
Na minha humilde opinião, o Festival de Cannes – a grosso modo dizendo – foi usado como meio para uma bela de uma ação de Ambush Marketing. Posso até estar exagerando, mas, você, caro leito, acha mesmo que uma agência com o Know-how da AlmaPBBDO, e toda a experiência deles em Cannes, não estavam cientes de que isso poderia, ou melhor, de que isso iria acontecer? A primeira vez que eu tive contato com a peça, eu logo julguei como uma peça criativa, porém, sem noção e pouco “responsável”. Sempre digo que publicitário tem que parar de fazer peça para publicitário.
No entanto, depois de ler algumas matérias sobre o caso, digerir com mais calma, cheguei a conclusão que eles foram brilhantes; cliente e agência conseguiram o que queriam. Eles não são amadores e sabem o poder que a comunicação criativa tem sobre as pessoas. Lançar uma comunicação simples e direta, onde o contexto explora um tema polêmico e cada vez mais em voga na sociedade, como a vazamento de conteúdo íntimo foi, no mínimo, o fósforo que eles queriam riscar para que todo esse barulho fosse feito. E, cá pra nós: deu certo, pois estão falando de Aspirina mais do que nunca (Ô Loco, Mêu).
Para finalizar o meu texto, gostaria de convidá-lo a ler um excelente conteúdo que foi publicado no Meio & Mensagem, e que aborda um lado interessante do Festival de Cannes e a necessidade de se ganhar prêmios apenas por ganhar.
Como o próprio Oliveto disse em uma entrevista também ao Meio e Mensagem, “Prêmios eram o essencial, hoje são o detalhe.”
Muito obrigado pela sua visita e até o próximo post. 😉


Cara, foi erro mesmo… E dos grandes! Aliás, dos gigantes!
É aquela história; não desacredito que seja erro, mas tenho que conspirar contra. A Almap, com toda experiência de mercado e Cannes, não desconfiar que isso poderia acontecer. E tudo da forma que foi resolvido. Deu muito entender que foi proposital. Mas, como disse, não desacredito que tenha sido erro.
Valeu por assistir e pelo comentário, Leo! 😉
Abração!