Geração alfabeto, poofs coloridos e cerveja no frigobar da agência
Eu vivi e respirei os ares da fase e do surgimento, ainda na época da faculdade, de profissionais que foram rotulados por letras do alfabeto.
A promessa: Uma nova geração de profissionais comprometidos com a inovação. Uma geração que era promessa, inclusive, de ser a nova geração que ditaria novas regras de comportamento de consumo para as empresas.
Era o início da geração “adaptem-se a nós ou morram.”. Mas, a coisa sempre, ou quase sempre, tende a mudar de figura quando o assunto é comportamento humano.
Pelo menos, naquela época, esse era o discurso. No entanto, as pessoas mudam, as gerações se adaptam -e não ao contrário – e, como resume bem uma citação que gosto muito, do Padre Jesuíta, John Culkin: “Os homens criam as ferramentas, e as ferramentas recriam os homens.”.
É nítido que hoje, nós comunicadores, estamos colhendo frutos de uma época de profissionais insatisfeitos e inquietos. Para muitos, profissionais promissores e que seriam disputados por grandes empresas. A geração que sonha com a agência perfeita, aquelas com alguns poofs coloridos, uma pintura bacana e cerveja no frigobar para que você possa compartilhar o quão legal é o seu trabalho.
Porém, nessa mesma época, algo grave também aconteceu: foram distribuídos pares de salto alto pra cada um deles. Muitos tiveram maturidade e resolveram deixar de usar, depois que perceberam que não combinava muito bem com as tendências de mercado do futuro. Leia-se, hoje.
Tendências menos “floreadas” e menos “glamorizadas” por uma profissão que trabalha com pessoas, mas que movimenta a economia, assim como qualquer outra.
Alguns insistem, até hoje, em usar esse salto. Mas, prossigamos…
Profissionais insatisfeitos sem razão e inquietos por falta de foco. Profissionais que querem ser reconhecidos por seus compartilhamenos em redes sociais, mesmo que só tenha lido o título daquele conteúdo. Profissionais que são extremamente gringos no LinkedIn, mas que fora dele estão sempre torcendo pela próxima sexta-feira.
O mercado mudou. O modelo de agência de comunicação, mudou. Novos profissionais, aqueles de 2007, da minha época de faculdade, continuam surgindo. Novos, rotulados, inquietos, insatisfeitos, desorganizados e vivendo de aparência. Sonhadores desorganizados.
São criativos. Não posso negar, mas toda criatividade, pelo menos na profissão de comunicador, principalmente dentro de uma agência que trabalha com publicidade, por exemplo, deve estar, SEMPRE, atrelada a um objetivo comercial claro.
Mas, ainda sim, às vezes o maldito salto, os poofs coloridos e a cerveja do frigobar, junto as rótulos vinculados no passado, insistem em atrapalhar o entendimento desses profissionais sobre o objetivo maior da coisa toda.
Tudo precisa ser uma grande sacada. Mas, uma hora ou outra, a ficha cai, o salto quebra ou a cerveja acaba. Evite ser um imbecil limitado a “opinião de mesa de bar”.
Estude, leia muito, leia tudo, converse com pessoas interessadas e interessantes, seja mais organizado, ou desplaneje-se, quando assim também for o momento, dedique pelo menos 30 minutos por dia para aprender algo novo, ou aprimorar o que acha que sabe, tenha um ídolo na profissão, seja honesto consigo mesmo e, principalmente: desça do salto.
Abandone os rótulos e execute.
Na matéria, “Geração Z mudará o mundo”, publicada no Brasil El País, eles tangibilizam e se aprofundam mais sobre o estudo desse novo profissional – e ao mesmo tempo atual – e o que esse comportamento pode influenciar na sociedade, desde a influência que isso pode causar na industria do entretenimento, por exemplo, até o uma análise mais detalhada de comportamento de consumo dessa turma.
Algumas referências e leituras que me fizeram vir aqui e digitar esse texto pra vocês, expondo a MINHA opinião, baseada na MINHA experiência, também estão linkadas nos parágrafos acima.
Se você leu até aqui, tente absorver e tirar as suas conclusões sobre a minha opinião. Mas sinta-se a vontade para discordar.
Por hoje é isso.
Até o próximo post.
